design interativo
A primeira palestra do dia foi com a Maria Eloisa, sobre impressão 3D e wearables. Ela começou com uma pergunta: “quantas peças de roupa você precisa para viver?". Logo, todos começamos a pensar no menor número possível, tentando ser sustentável, mas ainda era muito porque a resposta certa era apenas uma. Ela disse que em 100 anos as fibras das roupas mudaram muito, apesar da estrutura externa continuar quase a mesma e que está sendo possível programar a matéria. A nanotecnologia é a base para a futura revolução industrial e “o material é o novo software”. Achei ótimo porque além de ser uma prática sustentável, sempre quis ter independência para criar o que eu quisesse e poder vestir. A partir disso, ela trouxe diversos exemplos, sendo que os mais mencionados foram os das designers Iris Van Herpen e Danit Peleg, conhecidas pelo uso da impressora 3D na criação de roupas. Particularmente, gostei muito das peças delas e gostaria de poder experimentar.

Os wearables enfrentam um problema de popularização pelo público. De acordo com o site especializado em tecnologia vestível, Vandrico, existem hoje 347 wearables disponíveis no mercado, sendo que quase metade são para serem utilizados no pulso. Portanto, deve existir diversas funcionalidades e opções, mas nós simplesmente não conhecemos e mostramos desinteresse nesse assunto. Falo por conta própria e pelo que observo, não vejo necessidade de nenhum dos wearables para mim no momento. Entre os principais motivos para tal, destacam-se a facilidade para perder ou quebrar, a bateria pouco durável, o desconforto ao vestir e a falta de beleza.

Para completar, mais exemplos pesquisados, mas que chamaram a minha atenção:

“A marca britânica CuteCircuit faz roupas e acessórios que se comunicam digitalmente, para homens e mulheres. Já inventou bolsa clutch e vestido que recebem mensagens de texto, minissaia que troca de estampas por um aplicativo. Sem falar no vestido com Grafeno, material maleável e condutor de eletricidade, que muda de cor de acordo com o ritmo da respiração."

"A designer de moda holandesa Pauline Van Dongen cria roupas tecnológicas, entre elas, modelos que carregaram a bateria do celular. Para isso, basta conectar o smartphone a uma entrada micro USB que fica dentro do forro, bem escondida, sem nenhum volume. E claro ficar sob o sol por pelo menos duas horas. A ideia de Pauline é difundir a moda sustentável, afinal a roupa usa energia limpa – a solar – para carregar a bateria, sem deixar de ser fashion.”

A Imperial Motion, empresa norte-americana, lançou o nano tech cure com a possibilidade de fazer um tecido se regenerar. Basta esfregar o local rasgado ou furado por poucos segundos! É a partir da fricção e do calor que o tecido se recompõe.

Na minha opinião, a indústria da moda ainda é muito cruel. Opções mais sustentáveis como essas apresentadas poderiam estar mais desenvolvidas e disseminadas se todos os envolvidos se dedicassem a isso. Mesmo assim, com apenas uma parte em interesse, estamos conseguindo caminhar para frente.

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A segunda palestra do dia foi mais curta com o Celso Santos, sobre design de objetos inteligentes. Ele começou provocando um questionamento: nos perguntando se estamos numa nova era industrial. De acordo com Klaus Schwab, sim. "Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes". O autor do livro “A Quarta Revolução Industrial”, acredita que já estamos vivendo na mesma e que se baseia em: velocidade, amplitude e profundidade das mudanças; portando, interna, ubíqua e móvel. Seguindo esse pensamento, surgem os produtos inteligentes, que são interfaces físicas que se conectam em sistemas complexos e, como consequência, a internet das coisas.

Ele nos trouxe vários exemplos, dentre eles a tecnologia RFID, que substitui os códigos de barras.

Atualmente, os dispositivos digitais se limitam ao reconhecimento de voz e da escrita, estimulando a interação física entre humanos e computadores. A ideia dos objetos inteligentes, assim como a ubiquidade, vai além do mouse e teclado, mas como algo que ocorre naturalmente no sistema. Sendo assim, o desafio se torna captar “gestos, expressões e principalmente aliar todos estes dados ao contexto das operações, podendo inclusive captar alterações do meio ambiente operacional e armazenar em memória experiências anteriores. Em suma, o computador deverá ser capaz de "aprender" com as experiências reais anteriores, relacionando comandos bem sucedidos a dados recebidos de seus sensores, e não apenas traduzindo comandos em linguagem de máquina.”

O desenvolvimento de todo um ambiente computacional inteligente é justamente fazer com que diversos dispositivos funcionem à distância. Podem ser usados elementos como: interfaces Hands-Free (sem as mãos), que quando instaladas em uma sala e utilizadas em conjunto permitirão que uma pessoa se mova pelo ambiente enquanto permanece em contínua interação com o computador, e consciência de contexto, que são sensores espalhados pelo ambiente poderão detectar o que acontece ao redor, o que as demais pessoas em uma reunião estão fazendo ou dizendo e até mesmo outros dados como luminosidade, temperatura, expressões faciais, direção do olhar entre outros; as interfaces poderão "entender" o que está acontecendo ao redor do usuário e adaptar-se ou tomar decisões, alterando e facilitando a comunicação com o humano.

Um exemplo de ambientes inteligentes, formando uma casa inteligente, aqui no Brasil é da empresa Avantime, de São Paulo, que executa projetos de automação. Seus projetos controlam iluminação, áudio, vídeo, persianas, ar condicionado, aquecimento de piso, entre outros. Fiquei surpresa de encontrar esse tipo de serviço em nosso país e, infelizmente, atende somente um público bem específico.

Também em São Paulo, encontrei o Eldorado Business Tower, um prédio minimamente inteligente. Além do uso de vidros verdes, que deixam passar muita luz e pouco calor, dando a oportunidade sustentável de economizar luz e ar condicionado, eles “escondem geradores de energia movidos a gás natural, sistema de reaproveitamento da água da chuva e instalação elétrica que faz com que a luz de uma sala aumente de intensidade automaticamente quando alguém fecha a persiana da janela.” Lá, os computadores são responsáveis por monitorar a temperatura dos ambientes e controlar o sistema de ar-condicionado para que não haja desperdício de energia.


O MAIS NATURAL POSSÍVEL
Referências bibliográficas:

MODEFICA, Além Do Apple Watch: 5 Wearables Para Prestar Atenção Em Tecnologias Vestíveis. Disponível em: < http://www.modefica.com.br/alem-do-apple-watch-cinco-wearables-para-prestar-atencao-em-tecnologias-vestiveis/#.WvQr1IgvxPZ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
Vivo Tech, Moda e tecnologia: ser high-tech é tendência. Disponível em: < https://www.vivotech.com.br/moda-e-tecnologia-hightech-e-trend/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
CUTECIRCUIT, Accessories. Disponível em: < http://cutecircuit.com/accessories/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
Pinterest, CUTECIRCUIT. Disponível em: < https://br.pinterest.com/sgwtextech/cutecircuit/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
BBC, O que é a 4ª revolução industrial - e como ela deve afetar nossas vidas. Disponível em: < http://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309 >. Acesso em 10 de maio de 2018.
Avantime. Disponível em: < https://www.avantime.com.br/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
G1, Prédios inteligentes 'enxergam' pessoas para controlar temperatura e luz. Disponível em: < http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL389106-6174,00-PREDIOS+INTELIGENTES+ENXERGAM+PESSOAS+PARA+CONTROLAR+TEMPERATURA+E+LUZ.html >. Acesso em 10 de maio de 2018.
Canaltech, Conheça alguns dos prédios mais 'inteligentes' do Brasil. Disponível em: < https://canaltech.com.br/curiosidades/Predios-inteligentes-sao-a-grande-tendencia-para-o-setor-da-construcao-civil/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.
Mac Design, 5 edifícios inteligentes ao redor do mundo para se inspirar. Disponível em: < http://macdesign.com.br/blog/5-edificios-inteligentes-ao-redor-do-mundo-para-se-inspirar/ >. Acesso em 10 de maio de 2018.